Why so wrestling? #7 – Slammy Aniversary, Capitol Punishment, UFC 131, Strikeforce, e Dominação Cerebral.

Geralmente antes de escrever um texto eu penso, não no que dizer, mas em como começá-lo. Aliás, uma das minhas maiores dificuldades na vida nunca foi em objetivar, algumas vezes concluir algo tornou-se complicado, porém minha grande dificuldade é o começo. Você leitor veio até o blog para ler algo bom e de qualidade, embora não necessariamente venha encontrar o que procure (como por exemplo o que vos escrevo), logo surge a questão: qual é a melhor maneira de abordá-lo? Um simples leia o resto da postagem e um banner escancarado cheio de pirotecnia? Ou um  mini-texto talvez entediante abordando a temática do resto que talvez não te agrade?

Outro grande problema é o título do texto. Concluo que me meti então em uma grande encrenca com os senhores: leitores. Afinal de contas não falei sobre o último UFC, nem tão pouco Strikeforce – eventos encabeçados por brasileiros -, assim como fiz vista grossa para os recentes pay-per-views Slammy Anniversary e Capitol Punishment. Mas como também faz tempo que não faço um texto… Bem, seja lá pelo que for, se quiser saber o que houve nos 4 eventos citados, e um pouco do que o bom Ricardo tem a dizer, siga o protocolo e dê uma conferida nessa edição “Mix-Take“…

Sem muita metodologia convém falar do mais óbvio, por quê não fiz tais artigos separadamente e mais detalhadamente? A resposta é muito óbvia: É pelo mesmo motivo cujo meus colegas de blogosfera estão ausentes, ou melhor, o meu motivo é dobrado-triplicado-quadriplicado… E tem como expoente a falta de vontade devido alguns desprazeres da vida, e do próprio desprazer com a luta livre, apesar do meu vascão ser campeão da copa do Brasil, o que vale mais do que os dois tipos de desprazeres já citados! Pouco me importa se Rock é flamenguista, Boemio, Triple H é casado com a filha do chefe e é ele quem manda! Quero também agradecer ao parceiro e colorado Fábio Corbari por ter dado toda sua energia positiva na conquista do título, e também ao blogueiro e também vascaíno excelentissimo Sr. Jack Flash, que fez uma aposta cujo qual não tenho menor pretensão em que ele a cumpra nem no dia mais quente do ano, e que seria cômica se fosse no inverno siberiano. Enfim, um viva a todos os vascaínos, que já estavam ficando anorexos tamanho era o jejum. Satisfações dadas, vamos ao que importa…

Cigano X Shane Carwin

Talvez os fãs pós-UFC 126 não tenham muita noção do que seja 15 minutos de luta no MMA. Uma vez o grande baixinho Romário disse em uma transmissão da Globo de Brasil X Portugal, na Copa do Mundo de futebol de areia  em 2009, se eu não me engano. O Romário – melhor jogador de todos os tempos, futeboleiro nato da grama e da areia, resumindo: autoridade no assunto – traduziu para o telespectador o quanto equivale os três tempos de 12 minutos do futebol de areia, Romário disse algo mais ou menos assim: “Po peixe, um tempo de futebol de praia cansa tanto quanto um tempo de futebol de campo”. O Luis Roberto, que estava fazendo mesa comentou em seguida: “Ou seja, cansa mais ainda, já que são três tempos!”

Feita esta citação vale voltar ao que significa ter gás em um combate de MMA. Não luto/lutei um combate com regras de MMA, nem tenho a autoridade do peixe pra afirmar algo, mas posso lhe afirmar com toda precisão de palavras: 5 minutos de luta cansa tanto quanto ou mais do que 45 minutos de futebol de campo. A questão é como administrar o cansaço. Você decide: Ou ataca com todo fevor e decide o jogo no primeiro tempo, para apenas cozinhar no segundo, ou joga equilibrado os primeiros 45, mantendo a partida na mesma para a segunda etapa, e vai com tudo no final para matar a partida sem dar chance ao adversário. O problema em ambas estratégias é o fator Cardio/Gás.  O quanto você consegue render de acordo com essas duas estratégias básicas? (Entenda que muitas outras surgem, porém as que citei são básicas)

Shane Carwin é limitado na resistência, suas vitórias foram todas no primeiro round, ou seja:

Vou pra cima com tudo que posso!

E olha que ele pode, hein? A diferença nesse combate é que Cigano também pode, e pode muito… A foto pode lhe comprovar isto. Os 4 primeiros minutos foram destinados a estudo. Mas como estudar é entediante, o último teve a parte prática. Neste laboratório o punch de Cigano foi como um bico de bunsen, que  ebuliu o coração dos fãs e bombardeou Carwin, um guerreiro capaz de sobreviver até o soar do gongo e garantir-se até ao segundo… terceiro round, embora tivesse seu rosto desfigurado graças a potência dos socos lá recebidos. O estrago já havia sido feito e era irreversível. Carwin, um honrado gladiador, procurou lutar na medida do possível, porém o resultado foi impossível de se fugir a tamanha proporção do que se criou, 30-27, 30-27, 30-26.

Haviam outros 3 brasileiros no mesmo evento, um deles Demian Maia. Todos perderam de forma vergonhosa – não para a nação, bandeira, pátria, até porque MMA não tem nada a ver com nacionalidade, nem sei porque a citam, mas as derrotas foram vergonhosas ao esporte devido o tipo e como foram adotas as estratégias. Citá-las aqui e discuti-las seria mera perca de palavras a troco de desgaste da leitura. Até porque, se é para  seguir no rumo de estratégias pífias, por que não linkar a conversa para o pior jogo de luta que eu já vi na minha vida?

Overeem x Werdum

Se antes de lhe explicar sobre gás/cardio, ou apenas reforçar a ideia para os que já entendem sobre isto, eu citei um momento futebolístico, vale novamente citar um pouco mais de futebol. Clube Atlético Bragantino. Acho que minha citação pode terminar por aqui, quem não entendeu o que eu disse, das duas uma, procure sobre a histórica campanha de 91, ou siga adiante. Eu diria que isto seria o equivalente no MMA ao que Werdum fez, vencer Fedor. Ok, houve uma série de exageros nesta minha afirmação, porém a reação dos fãs eu julgo serem equivalentos: endeusaram um mortal.

A moral dada a Werdum foi tremenda, chegando ao ponto de eu considerá-lo overrated. Venceu com um triângulo de forma justa e louvável, porém o seu jiu-jitsu foi endeusado, e esqueceram-se de suas respectivas deficiências. Seu oponente por sua vez é o badalado holandês, campeão do K1 World GP e tudo o mais, porradeiro, e se tem uma coisa que posso te falar em particular, trocação é com ele… Aí coloque-os um contra o outro e o que teremos? Um massacrando no chão? Ou sendo massacrado em pé? Quem escolheu a terceira opção venceu.  Apesar de eu não tê-la citado, ela sempre existe, a terceira opção, a opção que o idealizador de um evento mais teme, porém é sempre real e possível: Os lutadores resolverem não lutar… A foto escolhida não podia ser melhor, ela foi retirada de um momento do combate onde Werdum simplesmente se jogou no chão e implorou a Overeem para lutar no solo. A troco de quê? Como é óbvio, jogar no chão é desvantagem, uma vez que o combate se inicie de pé, e quem está por cima ao resolver ir para o chão ficará, pela lei da física e falta de lei da raspagem, por cima. O que isto resultou? 29-28, 29-28, 30-27, apenas no último round a estratégia de Werdum funcionou…

Para não estragar a graça do torneio, o lado positivo foi a magnífica promo de Josh Barnett após vencer o negão cujo nome nem ele mesmo deve saber.Dando continuidade ao GP, os próximos combates serão: 49 vs Barnett e Overeem vs Pezão. Aposto em Pezão e Barnett na final. Já pensaram no cenário hipotético de Barnett conquistando o GP, a cinta do Strikeforce, e então lutar contra o campeão do UFC e vencê-lo? Se isto ocorrer, Mr.White dará um novo significado a engolir seco e com certeza teremos um pouco mais de pro wrestling no MMA, aliás, uma dream fight seria Brock Lesnar vs Josh Barnett, a capacidade de ambos para promover uma luta é tal quanto a capadidade de um prostibulo render ao lado de um baile funk ou feira de computação.

Slammy Aniversary

Se é pra engolir seco, vou falar do pay-per-view da TNA: Eu não vi, eu esqueci, e não quero fazer download, e existem muitos filmes fantásticos com 2 horas de duração que valem muito mais a pena do que este evento. Citarei alguns que vi recentemente: Crepúsculo… Dos Deuses, O Anjo Exterminador, e A Montanha dos Sete Abutres. Três “must see” da sétima arte. Vamos pular para o próximo evento…

Capitol Punishment

Bem, aqui vem a parte do engolir seco. Meu markismo falou mais alto e vi o pay-per-view, porém por pura hipocrisia, não por ele ter sido bem promovido, nem tão pouco por ter valido a pena, mas não quis votar em branco nesta ocasião. Se ainda não assistiram e querem um conselho, não assistam, exceto por um combate: CM Punk x Rey Mysterio. Punk, apesar de estar próximo de rasgar o contrato sobre o cinturão da WWE (anotem o que vos digo), tem-se comportado muito bem no ringue, assim como seus adversários tem colaborado. Esperem um grande combate entre ele e John Cena, os dois possuem boa química no ringue e deveriam ter feito o main event da última WrestleMania, não fizeram apenas porque… Ok filho, nem todas as perguntas possuem respostas.

Acabo de perceber que apesar de ter assistido o evento, nada comentei sobre o mesmo, e nada o farei. Assim como fiz com o Slammy Aniversary. A interrogação central e que bate a mente minha e mente sua é óbvia, por que tamanho desinteresse pelos eventos de professional wrestling e dada relevância aos de MMA?

Se houvesse uma faculdade de luta livre, e eu tivesse para entregar uma tese, a minha seria: As  2 estações do ano. Não sei se minha tese teria força devido ao pouco tempo que tudo isto que posso concluir tem, e  é claro também: eu não sou um grande expert no assunto para dizer, assim como não acompanho Wrestling desde a primeira WrestleMania. Mas uma coisa que me intriga é como a WrestleMania age no Wrestling em geral como um solstício de inverno. Invés de pluviosidade, usaremos como parâmetro o entretenimento… Que irônico tudo isto!

Bem, antes de citar o solstício de verão, preciso definir muito bem as 2 estações do ano. Ajudem-me com os nomes, ok? Vamos lá: Road To WrestleMania, e TNAtion… Vem a calhar com que representam. Cada estação possui 6 meses mais ou menos bem definidos, vamos as datas… O Road To WrestleMania começa a partir do primeiro pay-per-view da WWE em Outubro (ou é muita coincidência haverem 2 neste mês?) e termina no primeiro pay-per-view da WWE pós-WrestleMania.  Nestes “6 meses”, na WWE, todas as histórias se remetem ao maior evento do ano direta e indiretamente (contabilize push para wrestlers, nem que seja para servirem de escada a outros wrestlers que mais tarde virão a participar da WrestleMania).  Se no verão temos o maior índice de pluviosidade (lembre-se que aqui estou referindo-me ao entretenimento na WWE), e ele (verão) começa após o solstício de verão, o solstício de inverno do wrestling é no dia que acaba a estação “Road To WrestleMania”, ou seja, o primeiro pay-per-view pós-Mania. E aí começa o inverno na WWE, com baixa pluviosidade, até um longo, longo, longo tempo que se encerra em Outubro. As datas estão perfeitamente compreendidas aos senhores, leitores? Se não, peço encarecidamente que releiam a parte mais chata do texto até entendê-la: é fundamental para o resto, que é pouco…

No verão da WWE temos eventos no Japão grandiosos que não convém aqui citar, até porque não sou um grande fã de puroresu, mas quem é pode procurar a respeito e não se surpreenda se os maiores do ano caiam neste período, assim como há TripleMania, FantasticaMania, e alottamanias pelo México. São eventos que possuem como objetivo competir, não financeiramente, contudo moralmente com a WrestleMania. Aliás, se parerem para observar, dos 4 grandes pay-per-views da WWE, nessa estação que eu defini, 3 deles se fazem presentes. Isso serve para confirmar como a estação “Road To WrestleMania” torna a indústria mais animda.

Sendo mais específico, vou falar dos EUA, que é o que importa para nós em todo caso. A TNA de uns tempos pra cá passou a viver em função da WWE, antigamente nesta época do ano ela fazia wrestling, para ser o produto alternativo as promos excessivas que encontramos nesta época do ano na WWE, porém isto quem faz atualmente é a ROH (devido as mudanças climáticas, sabe?). Agora a TNA segue tão no mesmo rumo da WWE que nem vale mais a pena citá-las como diferenciadas neste período. Durante essa estação do ano, depois do derretimento das calotas polares e desmatamento da Amazônia, lê-se Hulk Hogan e Eric Bischoff terem tomado conta de tudo, a TNA é simplesmente… Insuportável (e olha que antes deles a coisa já estava seguindo esse rumo)!

Mas e os outros 6 meses? Bem, aí é quando a WWE resolve tirar férias e tornar tudo uma tremenda desgraça, que por sinal das contas é exatamente o período onde estamos, a pior época do ano para quem é um fã da WWE. Logo quem emerge nesse cenário? É ela, é a TNA, e forma-se então a TNAtion, a legião de fãs que começa a dizer que a WWE está com seus dias contados, e a TNA é a futura WCW… Mas eles possuem validade, embora muitos fãs durem mais do que a estação permita. Se você perguntar para alguém quando ele começou a acompanhar TNA, pode ter certeza que na maioria dos casos foi exatamente nesta época do ano… Não é mera coincidência.

Agora, para comprovar que não estou mentindo, mudemos nosso parâmetro de entretenimento para blogosfera. Qual é o período do ano mais fervoroso nos blogs, seja no Brasil, nos States, ou em Portugal? É, meus caros, é um fato inquestionável, a WWE chega ao ponto de decidir sobre nossas vidas. De Outubro até Abril surgem inúmeros blogs, extreme isso, extreme aquilo, WWE isso, WWE aquilo… Porém passa esse período, até Get Readys, Portais, Universos e WNs, WIS, entre outras siglas passam a cair de produção. É bem normal, espero que entendam, não há muita motivação.

É apenas dominação cerebral, eles podem, eles conseguem, eles querem.

Se comecei minha postagem falando de futebol, termino-a da mesma forma, um abraço a todos, e até a próxima!